sábado, 30 de outubro de 2010

Capítulo 4

- Uma pausa para uma opinião pessoal em tempo real -
Devaneios de amor sempre são deliciosos! Até quando você percebe que está furado. Narrar minha vida nunca foi tarefa fácil. Por mais que eu me esforce, sei que não captei os momentos com perfeição. Faltou a vivacidade. 
O tempo corre contra mim e o final feliz se afasta cada vez mais.
Sabe do engraçado?
Existem pessoas que ainda acreditam. Não, eu não sou uma delas. Quero dizer, eu não sei mais. Eu achava que não até hoje. Há um novo personagem nesta trama. Ainda não apresentei todos eles. A falta de cronologia dá nisso! Mas acredito que ninguém quer perder os detalhes intensos do recente por se focar no passado. 
O passado já foi.
O personagem é um grande cara! Whitey é o nome dele. Apelido. Ninguém pode se chamar Whitey. O apelido se dá devido a tamanha brancura de sua pele. Tão branca que chega a brilhar! (Mas nada de Edward Cullen aqui.)
Whitey é um exemplo de espectador (quase) passivo. Ele observa, tece comentários e não se mete. Todos os amigos deveriam ser assim. Em Outubro/2010 eu havia conversado com ele. Quer saber do que se deu a conversa?
- Whitey, eu e Jack sairemos sexta.
- Até que enfim!
- Vou levar um fora.
- Vai mesmo.
- Não é a hora em que você deveria mentir e dizer que não? Que ele vai dizer que me ama e seremos felizes para sempre, mesmo que ninguém acredite nisso? Só para me fazer feliz?
- Joey, você jamais terá isso de mim.

Era verdade. O que eu não sabia era a respeito do futuro. Do hoje e do agora.
Ele sempre foi solicito. Veio a minha casa me visitar. O tempo estava esquisito, fazia calor, frio, chovia, ventava e calor de novo. Teoricamente deveríamos assistir um filme, mas ficamos na conversa.
- E o seu coraçãozinho, como vai? - Ele perguntou do nada. Sem ter sombra de pretexto!
- Meu coraçãozinho está uma bela... bosta. A parte boa é que tive dias tão cheios de obrigações que não me deu tempo de pensar a respeito do fora, mas agora que tudo se acalmou, eu fico pensando. 
- Ok, então você pensa! - Ele me zoou. Aliás, é isso o que meus amigos fazem: me zoam. - Mas pensa com raiva, com tédio, com saudade...? - E retomou o objetivo da conversa.
- Não sinto raiva, estou chateada e com saudade. O problema é que ele adora sumir. Isso me preocupa.
- Será que você o ama?
- Quer sinceridade? Sempre que nos reaproximamos eu sinto isso. A sensação que eu tenho é que passei a minha vida toda apaixonada por ele! E não acaba bem... Nunca.
- Eu sempre soube disso! - Ele exaltou com um sorriso gigante no rosto.
- Você não pode ter percebido isso antes de mim.
- Eu sempre soube que você curtia ele assim!
- Explique-se.
- Depois que eu o conheci, eu pensava. Juntava as coisas que você falava dele e as coisas que ele falava de você. E chegava a conclusão: Eles se querem. - E riu.
- Pelo menos eu não sou a única a achar que ele me quer. Quero dizer, enquanto ele continuar me dando fora e me agarrando depois, eu continuarei mantendo meus pensamentos assim.
- É a verdade.
- E ele nunca vai admitir isso. - Triste, eu sei.
- Você está maluca? Ele já disse que gosta de você, o cara falou com todas as letras!
- E me deu um fora!
- Sua burra! Vocês mulheres do século XXI! - Ele começou a rir muito, muito, muito alto. - Isso não apaga o fato de que se ele não ficou com você pelos motivos que apresentou, só quer dizer que ele gosta muito de você. 
- Ele disse para o Andrew que só me vê como amiga!
- Joey, Joey, Joey... Ele gosta de você, sim.
- Então por que ele vive me dando foras?
- Porque ele é inseguro. E ele tem uma vida, tem que fazer uma faculdade, trabalhar... 
- E todo mundo! Isso nunca foi um empecilho.
- Ele não tem tempo para ficar direito com você.
- Ele já teve mulheres e obrigações antes, porra!
- E você está supondo que ele dava a mesma atenção para elas que ele daria para você?
- Você acha que ele me daria mais?
- Porra, a explicação dele está ligada a isso!
- Então por que ele diz ao Andrew, de forma bem objetiva, de que só me vê como amiga?
- Vergonha. Joey, ele é virgem! Respeite isso. Preciso falar mais?
- Ok, faz sentido.
- É claro que faz.
- Agora me explique o fato dele nunca me procurar.
- Ele quer focar na vida dele. 
- Você acha que, talvez, algum dia, isso pare de ser algo torturante?
- Mais para frente, sim. Não antes dele retomar a faculdade e se ver como um acadêmico. É isso o que eu acho.

Alguma coisa disso faz algum sentido?
Eu espero que faça.

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